Confira a entrevista completa:
Shirlei: Sr. Reis sei que o senhor possui muitas histórias para nós contar, mas vamos começar pela sua origem, onde o Sr. Nasceu?
Sr. Reis: Sou nascido e criado em Florianópolis, no bairro Coqueiros.
Shirlei: Pode nos contar um pouco sobre a sua carreira de jogador de futebol?
Sr. Reis: Aos 16 anos jogava no Bocaiuva, time da Marinha aqui de Florianópolis... E com 17 anos me registrei para servir a Marinha, onde estudei até 18 anos.
Fui transferido para Rio de Janeiro, onde existia um time de futebol da Marinha muito famoso. Continuei jogando no time na Marinha.
No início do primeiro ano na Marinha do Rio de Janeiro, o pessoal que jogavam futebol no 1º Distrito Naval estava de férias, onde o Tenente Caitano sugeriu que eu continuasse treinasse no campo Fluminense, para manter a forma, pois a não haveria treinamento durante as férias na Marinha.
Shirlei: O que o Sr. Fazia na Marinha?
Sr. Reis: Na marinha eu tirava serviço, trabalhava na secretária do almirante, era responsável pela entrada de documentos e também cuidava dos documentos confidenciais.
Shirlei: O que ocorreu no Fluminense?
Fui para o fluminense treinar sozinho, independente dos atletas do Fluminense. Mas como eu tinha um porte atlético favorável o técnico Nilton Cardoso, me perguntou em que posição eu jogava, respondi que era goleiro... Fizemos um teste e eu passei. Foi desta forma que iniciou minha carreira no Fluminense. Fiquei lá de 1960 a 1965 como goleiro titular do time juvenil. Treinava no fluminense de manhã e trabalhava na marinha a tarde.
Em 1964, com 22 anos fui convocada pela Seleção para disputar as Olímpica em Tóquio, como goleiro titular. Mas infelizmente no último jogo do treino quebrei o escafoide (osso do pulso), tive que engessar e fui cortado da seleção. Na época me chamavam de Antônio José.
Ainda em 1964, Já recuperado do pulso, fui convocado para a Seleção para participar da Taça das Nações, campeonato parecido com a Copa das Américas hoje.
Shirlei: Como ocorreu isso?
Sr. Reis: E no primeiro treino da seleção, onde também estava Pele, garrincha, Gilmar, Pepe. .. No jogo treino o pepe bateu uma falta, e chutou forte, o goleiro reserva Marcial defendeu o a falta e ocorreu uma luxação no braço, impedindo a continuidade do treino
No ocorrido eu estava assistindo o treino, o Carlos nascimento que era Diretor Flumense e da Seleção me viu na arquibancada e me pediu para substituir o Marcial (goleiro reserva machucado). E o jogo treino continuou comigo no gol. Nesse jogo o pele fez 3 gols em mim.
O Marcial não se recuperou para participar da Taça das Nações, e fiquei no lugar dele.
Continuei treinando com a seleção como goleiro reserva. Mas o pior aconteceu, havia 2 goleiros do Rio de Janeiro eram profissionais, o Manga e o Ari que poderiam e queriam estar na reserva do Gilmar (titular da seleção), e eu jogava como amador, pois ainda militar, e os militares não podiam ter contratos profissionais. O Manga e o Ari se manifestaram no programa do Chacrinha, reclamando que eram profissionais e havia um amador na reserva da seleção brasileira.
No dia que começou o campeonato, convocaram o Manga e eu fui cortado da seleção.
Depois do Fluminense fui para a Portuguesa Cariosa, onde joguei até 67.
Depois da portuguesa decidi sair do futebol (não quero mais jogar futebol, dizia pra mim mesmo) , também dei baixa da Marinha e fui pra Nova Friburgo montar um restaurante.
Shirlei: O que levou a fazer isso.
Desanimei do futebol, queria fazer algo diferente.
Shirlei: O que aconteceu em Nova Friburgo?
Estava com o meu restaurante montado e com muitos fregueses, um deles era o Leoni da silva Reis (Diretor e Técnico do time de Nova Friburgo) que quando ficou sabendo que eu era o Antônio José, me convenceu a jogar no time dele.
Joguei no Nova Friburgo, (com idas e vindas) de 1967 a 1973.
Shirlei: O que ocorreu depois disso?
Voltei para Florianópolis com uma proposta para jogar no Avai, mas não deu certo.
Shirlei: E então Sr. Reis, que rumo o Sr. Tomou? Continuou no futebol ou partiu para outra área?
Nesta época estudava farmacologia e preferi trabalhar no meio médico, pois se pagava melhor. Trabalhava como representante de laboratório durante 7 anos. Depois disso entrei no ramo de materiais de construção, montei uma loja e uma distribuidora, que deixei para meus filhos administrarem, mas não teve continuidade.
Shirlei: Como o Sr. entrou na Orion?
Conversando com o Ricardo (conhecia de quando era representante de Material de Construção) ele me convidou pra trabalhar na Orion.
Shirlei: Tem alguma curiosidade do sr. Que queira compartilhar?
Sr. Reis: Sou arbitro de futebol, registrado pela confederação carioca de futebol.
Shirlei: O Sr. Quer deixar algum recado?
Sr. Reis: Que as pessoas façam o que gostam, pois assim se ganha mais dinheiro. Fazendo o que se gosta. E eu sempre fiz o que eu gosto.
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